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Vacinação em Cães

Vacinação em Cães

As doenças infecciosas, infelizmente, ainda são muito comuns na rotina veterinária, sendo uma das causas da internação de muitos pacientes. Elas podem ser prevenidas a partir de um protocolo vacinal atualizado, que deve ser sempre avaliado e montado por um médico veterinário. Somente assim, teremos a garantia da vacinação do seu pet. Um cão não vacinado possuí alto risco de se contaminar e desenvolver essas doenças. Mas lembre-se, a vacina só deve ser administrada por um médico veterinário. Além do mais, é necessário que a aplicação seja atualizada anualmente para garantia de seu efeito protetor.

A vacina V10 é considerada polivalente, ou seja, protege de várias doenças ao mesmo tempo. Cinomose, parvovirose, coronavirose, hepatite infecciosa canina, adenovirose, leptospirose e parainfluenza são as doenças que irão ser prevenidas através da administração e atualização dessa vacina.

Atualmente, a cinomose canina é uma doença infecciosa viral muito comum em cães não vacinados. Possuí alta mortalidade, colocando a vida desses pets em risco. Os sinais clínicos mais comuns são secreções oculares e nasais, dermatite com presença de pústulas, anorexia, febre, vômito, diarreia, convulsões, paralisia de membros pélvicos, tremores e outras alterações sistêmicas e neurológicas. O tratamento é realizado somente como suporte, não sendo ainda conhecido um tratamento eficaz para cura da doença. Há relatos de animais que sobreviveram a doença, contudo ainda são a minoria e podem apresentar sequelas.

A parvovirose é uma doença infecciosa viral causada pelo vírus parvovírus canino tipo 2, É uma doença altamente contagiosa, que acomete cães, principalmente filhotes não vacinados. Apresenta elevada morbidade, causando alterações clínicas, como diarreia com presença de sangue e cheiro bastante fétido, uma vez que o vírus possui preferência por células de rápida divisão, como as células intestinais, chamadas de enterócitos. Também possui alta mortalidade em filhotes, colocando suas vidas sem risco. Outros sinais clínicos comuns são febre, anorexia e diminuição da atividade do filhote, que ficará fraco e deitado, não querendo mais brincar como de costume. Poderá apresentar também vômitos, perda de peso e desidratação.

O coronavírus canino (CCoV) não é o mesmo que acomete os humanos (SARS-CoV-2). Os filhotes são os mais predispostos a se infectarem, apresentando como sinais clínicos, diarreia que raramente apresenta sangue, perda de apetite, perda de peso e apatia. A presença de vômitos também pode ocorrer nessa doença.

A hepatite infecciosa canina é causada pelo adenovírus tipo 1 (CAV-1), causador de necrose hepática aguda em cães. A doença, assim como as outras citadas, também coloca a vida do animal em risco. O pet poderá apresentar febre, vômito, diarreia, sensibilidade abdominal, aumento de linfonodos, tosse, fezes com presença de sangue, manchas roxas na pele e sinais neurológicos (desorientação e crises convulsivas).

A leptospirose é uma doença sistêmica popularmente conhecida como ‘’Doença do rato’’. É uma zoonose, ou seja, há transmissão da bactéria Leptospira entre os animais e o homem. Os principais sintomas são mucosas amareladas, vômito, diarreia, febre, coloração escura da urina e debilidade. Acomete, principalmente, os rins e o fígado do paciente.

 

Assim que o filhote completar 6 semanas deverá ser realizada a aplicação da primeira dose de V8 ou V10. A diferença entre essas vacinas está na proteção de duas cepas a mais de leptospirose na V10 (Grippotyphosa e Pomona). O animal não poderá sair para passear, ou ter contato com outros animais não vacinados até que o protocolo vacinas esteja completo. Após 21 dias, a segunda dose deverá ser aplicada, por volta da nona semana de vida. Por fim com 12 semanas, ou seja, 4 meses, a terceira dose deverá ser aplicada. Ainda assim será necessário aguardar aproximadamente quinze dias para levar seu cão para o primeiro passeio. Após a data da última dose, deve-se contar um ano e então aplicar a dose de reforço que será única e anual.

A raiva é uma zoonose, ou seja, uma doença que os animais podem nos transmitir, caso estejam contaminados e que nós também podemos transmitir a eles. Esta vacina é obrigatória, segundo a legislação, uma vez que seu controle é uma preocupação para a saúde pública. Infelizmente, essa patologia não tem cura, sendo fatal tanto para animais quanto para humanos. Sua transmissão ocorre através da mordida e/ou lambedura do animal contaminado, por exemplo outros cães e morcegos. Como sinais clínicos da patologia, estão presentes principalmente a salivação excessiva, agressividade, febre, delírios e convulsão. A primeira dose da vacina anti-rábica é administrada a partir das 12 semanas (4 meses). A aplicação é única e deverá ser atualizada a cada ano.

A traqueobronquite canina, popularmente conhecida como ‘’Tosse dos canis’’, sendo mais frequente nos meses mais frios do ano. Bordetella bronchiseptica e o vírus da parainfluenza canina são os agentes causadores mais comuns dessa patologia. Essa vacina é muito indicada, principalmente para pacientes que possuem bastante contato com outros cães, como os que costumam ficar em ‘’hotéis pets’’ ou costumam ir com frequência em petshops. A tosse é o sinal clínico mais comum, podendo ser seca ou produtiva. Também é comum que ocorra engasgo e corrimento nasal. O protocolo de segurança contra a gripe canina é iniciado á partir da 15ª semana de vida, sendo administradas, no total, duas doses que serão aplicadas em um intervalo de 21 dias. O reforço deverá ser anual assim, como as demais vacinas.

Os cães também podem apresentar Giárdia, uma doença causada pelo protozoário Giárdia lamblia. É importante ressaltar que é uma zoonose, ou seja, um paciente com giardise pode nos contaminar e vice versa. Sensibilidade abdominal, fezes líquidas a pastosas e com odor fétido, febre, desidratação, anorexia e vômitos são alguns sinais clínicos comuns. A vacinação contra a Giárdia é realizada com a aplicação de duas doses de vacina aplicadas com 21 dias intervalo. Há estudos que comprovam que essa vacina não impede o paciente de desenvolver a doença, entretanto, se apresentar sintomas clínicos, estes tendem a ser mais brandos. É muito importante que o paciente apresente a vermifugação em dia para prevenir que o protozoário e aloje no organismo.

Dra Ana Julia Pinheiro